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Uma despedida
Meu adeus ao empreendedorismo
O novo só pode nascer quando abrimos espaço para ele. Semana passada, para ser mais exata na quinta-feira, minha contadora me avisou que minha empresa, foi oficialmente fechada.
Nesta newsletter vou dividir contigo os bastidores dessa decisão, as implicações dela e as cenas do próximo capítulo.
Espero te inspirar a escrever novos capítulos na sua própria vida através desta leitura.
Plutão, Hades e os encerramentos
Esse subtítulo pode assustar, mas não é essa a minha intenção.
Vivemos como se a única certeza de que temos não fosse a morte. Pode ser sarcástico, ou talvez apenas um mecanismo de proteção nosso.
O ego opõe-se à dissolução e talvez seria desafiador despertar e viver cada dia se estivéssemos sempre concentrados nessa certeza.
A vida é cíclica e feita de fases. Tudo que existe tem um começo, meio e fim.
Na última quinta-feira, minha contadora me notificou que minha empresa tinha sido oficialmente fechada. No entanto, quando menciono Plutão e Hades, não estou me referindo ao luto. Em vez disso, estou aludindo a outro aspecto: o inconsciente e o que está oculto à nossa vista.
Na mitologia grega, Hades (que corresponde a Plutão na astrologia), era irmão de Zeus e Netuno.
Quando Zeus derrotou seu pai, Cronos (Saturno) e assumiu a liderança do Olimpo, ele negociou a divisão dos "reinos" com seus irmãos.
Netuno ficou com o reino das águas, Zeus como o comando geral de tudo e Hades, que era mais na dele e considerado misterioso, ficou com o submundo.
Até aí tudo bem, pois Hades (Plutão), curte muito poder ficar enfiado lá no canto dele. No entanto, ele possui outras obrigações, frequentemente desconhecidas por iniciantes no estudo da mitologia.
Em algumas versões mitológicas, Hades reina sobre o Destino.
Podemos fazer uma analogia entre o consciente e o inconsciente. Entre o que externalizamos e o que acontece dentro de nós.
Assim, na astrologia, Plutão nos ensina sobre os ciclos da vida.
Este ano, temos um movimento desde planeta muito importante. Ele mudou de signo, depois de 20 anos em Capricórnio. Agora chega ao signo de Aquário, onde ficará por duas décadas.
Este simbolismo nos instiga a reavaliar o que precisa ser encerrado na nossa abordagem de trabalho.
Além disso, devemos questionar o que em nossa percepção de sucesso e esforço precisa ser eliminado. Todas essas são simbologias de Capricórnio (sucesso, trabalho, forma de trabalhar).
Buscando me alinhar ao movimento simbolizado por Plutão, já venho desde novembro passado, me questionando sobre como lidar com meu trabalho, redes sociais e o digital.
Eu tenho o signo de Aquário na casa 6 do meu mapa astral, que é do ambiente de trabalho. É lá que preciso mexer, mas ainda não tinha clareza do que precisava morrer.
Como reflexão, te convido a avaliar onde você tem Aquário no seu mapa astral. Este setor da vida precisa passar por transformações e conclusões para dar lugar ao novo.
Reinvenção profissional - 5ª temporada
Se reinventar profissionalmente não é novidade para mim.
Ja fiz de tudo um pouco nessa vida (Gemeos na casa profissional do mapa astral rsrs).
Contudo, admito que busco a mudança definitiva.
Foi assim quando decidi começar a empreender em 2014. Abri uma loja de scrapbooking pensando em sair do corporativo para viver do meu hobby.
Ilusão total, o que consegui foi deixar de gostar do meu hobby, pois se tornou obrigação hahahaha.
Então, em 2016, vivendo meus processos, ficou claro que gostaria de ajudar pessoas e embarquei em formações nesse sentido.
De lá para cá fiz vários cursos e passei a atender como consultora e mentora de negócios, coach de carreira e de vida, até que terapeuta. Além disso, sempre atendi como astróloga.
Os cursos digitais foram uma maneira de aprender a ensinar de forma mais estruturada. Mais que isso, aprendi a gerenciar um negócio e cresci muito como pessoa e empresaria.
Desde 2022 venho buscando novas formas de empreender e de como tornar essa jornada mais leve. Falamos sobre isso em algumas edições (aqui e aqui).
Ano passado, após a entrega da minha tese de mestrado, fiquei dedicada 100% ao meu negócio e a deixar tudo em ordem. Foi um processo difícil e me muitos erros e acertos.
Foi ao longo deste processo, que comecei a perceber não queria mais investir tempo e energia nisso. Assumir isso para mim mesma foi tema de muitas sessões de terapia.
Nesse caminho, decidi diminuir o uso de redes sociais e produção de produtos digitais.
Perguntei a mim mesma: se não houvesse limites de tempo ou dinheiro, o que eu escolheria fazer na vida? A resposta foi viajar e estudar. Ser uma eterna estudante.
Notei que empreender já não me satisfazia, era hora de abandonar essa parte minha. Apesar dessa clareza, fiz o que muitos de nos fazemos: duvidei de mim mesma. Quis seguir insistindo para ver até aonde iria.
Diminui o tamanho da empresa, encerrei cursos e me permiti viver um pouco desse limbo nos últimoss meses, desde fevereiro, quando fui aceita no doutorado.
Faz poucos dias que mudei de cidade e estou vivendo uma fase nova: vivendo sozinha, sem marido e filho, focada somente em mim. Um privilégio.
Essa solitude me trouxe um transbordamento de mim mesma. Uma clareza que não sentia fazia tempo.
Após as experiências recentes, decidi que não quero ter obrigação de criar conteúdo para gerar renda. Seja em rede social, seja newsletter ou la onde for. Quero criar conteúdo quando eu quiser e porque eu estou disposta a fazê-lo.
Não desejo planejar estratégias de vendas ou formas de promover meus talentos. Estou me permitindo o egoismo de estar plena vivendo o meu momento atual, que não tem glamour algum.
Claro que esses desejos não combinam com empreender, ter equipe de funcionários, centenas de alunos e clientes. Existe uma perda financeira e de status. Porem, hoje, tenho lastro emocional e presença para bancar essas perdas.
Estou vivendo em um quarto de apart hotel. Tenho 10% das coisas que já tive um dia.
Nao tenho carro. Faco tudo caminhando.
Essa nova vida me trouxe algo que não tinha fazia anos: tempo.
Apenas ao priorizar meus desejos e necessidades, percebi como sentia falta de ter mais tempo livre.
Ainda tenho alguns clientes de terapia e atendimento astrológico. Gosto disso.
Minha contadora sugeriu a abertura de uma nova empresa, na modalidade MEI, para emissão de notas fiscais dos serviços e cursos solicitados (em algumas situações, alguém pede um curso já gravado).
Pode ser que daqui a um ano eu mude de ideia? Pode.
Mas sabe o lado bom das nossas escolhas? Elas não são definitivas.
Se eu quiser retornar, eu posso.
O que este novo momento me reserva? Me experimentar como acadêmica, pesquisadora, viver algo que sonhava quando era uma jovem recém-formada.
Hoje quero a tranquilidade de fazer meu horario e ser bem remunerada para ler e escrever.
Testar minhas ideias e teorias. Criar novos modelos de saúde pública.
Entao vou me permitir viver isso.
Hoje eu posso fazer essa escolha.
Nao dependo da renda que era gerada na minha empresa para viver.
Despedida
Essa newsletter é uma despedida da Fabi empreendedora" full time".
Nao vou mais investir em mentorias de negócios nem fazer reuniões para criar estrategias.
Esse novo momento tem consequências para esse nosso espaço de troca.
Até agora, eu escrevia essa news semanal. Quis testar esse novo modelo de negócios.
A partir desta edição, nossa newsletter não será semanal (ou será, caso eu sinta que tenho algo para partilhar contigo).
Vou testar fazer edições quinzenais, acho que uma edição mensal é pouco.
Certezas? Hoje me abro para não ter nenhuma.
Quero me permitir experimentar mais e saborear esse novo momento, ficando cada vez mais offline e vivendo mais a vida no presencial.
Quero saber…
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Newsletter Escrita por Fabi Ormerod compartilhando experiências e perspectivas sobre mentalidade, mundo sutil e mundo concreto.
Newsletter configurada e enviada pela plataforma BeeHiiv.
Bruxa Cientista - Edição #034
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