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Saindo da sombra do Instagram
Construindo um negócio digital sustentável
Você investiu horas para escrever o texto. Pesquisou imagens. Publicou o post no Instagram. Uma hora depois, 3 likes. Nenhum comentário.
Um sentimento de desânimo toma conta de você. Os pensamentos disparam: Não adianta. Você não vai conseguir. Seu conteúdo não é interessante.
Você rola a tela do celular. Uma conhecida sua está viajando e o post tem vários comentários. Um vídeo da influencer que acabou de sair do BBB viralizou.
Os questionamentos surgem: por que estou perdendo tempo aqui? Existe outra forma de compartilhar meu conhecimento com as pessoas?
Sim, você pode sair da sombra do Instagram e ter um negócio digital sustentável. Nessa edição vamos conversar como isso aconteceu comigo. Quem sabe não é um caminho para você?
Meu primeiro post sobre meu trabalho, no Facebook - 12 Fev 2016
Minha jornada digital
Antes de mergulhar fundo no tema dessa edição, preciso contar um pouco da minha jornada.
Abri meu CNPJ dia 4 de Abril de 2014. É o mesmo número até hoje. Contudo, não é a mesma empresa.
A primeira, foi uma empresa de muambas. Você leu certo. Eu viajava muito a trabalho e trazia encomendas dos Estados Unidos e Europa. Porém, respeitando meu valor de integridade, queria fazer isso de forma ética, então após alguns meses na informalidade, decidi abrir meu CNPJ.
Duvido você acertar qual era o nome da empresa.
Sacoleira Chic. Hahahahaha. Eu tinha uma página no Facebook e postava as datas de viagens. As pessoas entravam em contato com suas encomendas, eu dizia qual seria o preço final.
Elas pagavam 50% de adiantamento e 50% na volta. Eu comprava, mandava entregar no hotel e voltava de mala cheia. Declarava tudo certinho, pagava os impostos quando necessário e assim começou meu primeiro negócio digital.
Post da minha loja virtual KiScrap
Naquela época eu ainda estava trabalhando na multinacional e estava buscando uma saída, mas não sabia qual. Só sabia que não podia seguir esperando, precisava entrar em movimento.
Em poucos meses, várias amigas e conhecidas que faziam scrapbooking (um artesanato com fotos), começaram a pedir mais e mais produtos importados.
Fui ao Sebrae e fiz uma consultoria de negócios. Depois participei de alguns workshops e usando o conhecimento que já tinha do meu trabalho, fiz um plano de negócios.
Uma amiga tinha um atelier de artesanato que poderia ser nosso estoque e loja física. Propus uma sociedade e ali nasceu a KiScrap. Foi o segundo nome do meu negócio, no mesmo CNPJ.
A loja foi bem e o faturamento aumentava cada mês. Logo começaram a surgir os problemas e desentendimentos na sociedade.
Minha sócia achava errado a divisão do lucro. Afinal de contas ela usava o atelier dela como espaço físico e pagava o aluguel sozinha. Ela também era responsável por embalar e enviar todos os pedidos.
Eu achava injusto a divisão, pois usava as minhas milhas para viagens adicionais ou usava o tempo livre das viagens de trabalho para ir em lojas presenciais achar os produtos. Além disso, eu pagava todos impostos sozinha pois o CNPJ estava somente no meu nome.
Hoje vejo que eu sempre soube vender, mas sabia ZERO sobre gestão de empresas.
Em menos de um ano de loja, a sociedade e amizade foi rompida. Segui sozinha, mas algo dentro de mim já dizia que aquela não era a solução: eu havia transformado meu hobby em trabalho.
O perigo de fazer isso é que matamos o prazer daquela atividade. Eu nunca mais fiz scrapbooking como executava antes de ter um negócio.
Em janeiro de 2016 fui demitida. Em fevereiro, fechei a loja oficialmente e segui vendendo o estoque remanescente até me mudar para Nova Zelândia, em novembro daquele ano.
Pouco tempo depois, fiz um post no Clube das Alices (foto no começo dessa edição) um grupo do Facebook que tinha mais de meio milhão de mulheres e era muito famoso em Curitiba.
Esse meu primeiro post teve mais de 2 mil comentários. Foi um post desabafo, contei a minha história e sabia que precisava ensinar algo, mas não tinha clareza do que fazer.
Na época só me considerava apta a ensinar duas coisas: vendas ou astrologia. Optei por vendas.
Minha empresa então passou pela terceira mudança de nome, virou Fabi Ormerod Coaching.
Eu estava fazendo a formação em Coaching e oferecendo consultorias de negócios pontuais (como transformar suas ideias em negócios).
Além disso, fazia palestras gratuitas ou de contribuição voluntária. O valor arrecadado pagava a sala do coworking. Ao final de cada palestra, algumas com menos de 5 pessoas, eu fazia uma pesquisa.
Na pesquisa eu pedia feedbacks sobre o conteúdo, minha didática e coletava e-mail e telefone das participantes. Assim começou a minha primeira lista de e-mails. É muito gostoso ver que ainda tenho clientes daquela época. Algumas inclusive viraram astrólogas depois de fazer meu curso.
Registre essa informação: se você não quer ser escrava do Instagram, crie um banco de dados dos seus clientes e seguidores.
O e-mail e a escrita são a chave da sua liberdade das redes sociais.
Contudo, eu não sabia disso. Em poucos anos, estaria buscando um sócio e aquela seria minha "última tentativa" no digital.
Minha última aposta no digital
De 2016 a 2019 eu fiz diversas mentorias sobre empreendedorismo, marketing, negócios digitais. Inclusive com meu atual mentor, o HC. Na época ele tinha uma assinatura chamada VBD Club e eu era sua cliente.
Durante este período eu fiz de tudo um pouco. Atendimentos individuais, grupos de coaching, mentoria de negócios, atendimentos de astrologia, grupos de desafio no whatsapp. Mas nenhum curso digital gravado.
Em 2018 criei meu primeiro funil de vendas por e-mail, após uma sessão de mentoria. Eram 3 e-mails seguidos de uma oferta de um curso entregue em 10 aulas (em PDF, porque eu tinha vergonha de gravar!).
O curso custava 197 e eu vendi 11 cursos. Achei que ficaria rica!
Depois destes primeiros emails, aquele funil de e-mails vendia 1 curso por semana. E eu, ingênua que era, achei que isso era muito ruim e parei de enviar aqueles e-mails.
Hoje minha empresa tem alguns funis de emails. Não gera milhões nem vendem todos os dias. Mas não é raro estes funis venderem 2-3 mil reais em um mês.
Nada mal considerando algo que já está pronto faz mais de um ano, não acha?
Voltando a minha jornada digital…
Nestes três anos foquei em desenvolver habilidades de empreendedorismo e marketing (apesar de ser pós graduada na área, o digital era algo novo). O erro? Ignorei a importância de aprender a gerenciar uma empresa.
Esse erro só foi corrigido ano passado quando foquei minha energia em ser uma gestora e não uma “apagadora de incêndios”.
Em março de 2020 encontrei um sócio. Estavamos decididos a lançar meu primeiro curso de astrologia. Essa era a época dos lançamentos, a corrida pelos tais seis dígitos (vender cem mil reais).
Para fazer lançamentos é essencial usar redes sociais como o Instagram. Todo foco da comunicação é feito através destas redes. O número de seguidores importa e quanto mais gente te seguir, mais engajamento você tem que criar.
Como engajamento não acontece do nada, eu fazia lives, postava mais de uma vez por dia, etc. Eram horas e horas para produzir conteúdo, interagir com as pessoas e muito dinheiro investido em cursos e treinamentos para melhorar o as métricas do meu Instagram.
Deu certo? Depende do que você chama de certo. Fizemos o tão sonhado seis em sete (na verdade, seis em dois dias) após alguns lançamentos.
Porém, comecei a perceber que essa conta não fechava. Como eu podia vender mais de cem mil reais e não conseguia juntar nem quinze, vinte mil reais de reserva?
Uma coisa é faturamento. Outra é lucro líquido! Meu sócio ficava com 30%, o Facebook mordia dezenas de milhares de reais em anúncios. Tínhamos que pagar a pessoa do suporte, o designer, quem fez a página de vendas, as ferramentas, era uma conta atrás de outra!
Pior, como fazíamos um lançamento a cada 3 meses, o valor que entrava no meu bolso, se distribuido pelo período, acabava sendo menos que eu faturava quando fazia atendimentos sozinha.
Para seguir crescendo precisava investir mais. As vendas não cresciam na mesma dimensão. Eu estava muito cansada. Não sabia qual era a saída, mas sabia que esse não era o meu caminho.
Em abril de 2022, a contra gosto, aceitei fazer mais um lançamento. Foi a 8.ª turma do meu curso de Astrologia. Eu estava no Brasil e podíamos reunir a equipe para o lançamento.
Olha, se eu te contar tudo que aconteceu neste lançamento, dava uma newsletter inteira. Foi uma desgraça atrás da outra!
Logo que cheguei no Brasil passei mal e desmaiei no hotel, minutos antes de encontrar meu sócio. Depois, ao chegar na casa dos meus pais em Curitiba, precisava gravar anúncios para o lançamento: a internet não funcionava.
Tudo bem, fui para praia. Chegando lá, o roteador da casa queimou durante uma tempestade. E meu sócio cobrando os anúncios, senão o lançamento seria um fracasso. Eu gravava as propagandas, mas não tinha como enviar para ele.
Roteador trocado, o modem queimou. Três vezes!
Gente, o universo não estava me dando sinais, estava colocando um letreiro gigante e eu não enxergava.
Como eu não desistia nunca (hoje já entendi a diferença de desistir e insistir!), segui em frente. Investimos 35 mil reais em anúncios. Tínhamos uma lista de 7 mil pessoas inscritas no curso gratuito.
No dia da primeira live, menos de 500 pessoas ao vivo. Ali eu já sabia que seria um fiasco. Na última live, na hora de abrir as vendas, tinham 90 pessoas ao vivo. Várias já eram alunas. Foi um milagre vender 25 cursos.
Nos dias seguintes vendemos mais 10, fazendo coisas que nunca fizemos antes como parcelar em boleto em 12x.
Resultado? 35 mil reais de vendas. Um boleto do Facebook de 35 mil reais para pagar. Fora todos os outros custos que precisariam ser pagos.
Ah, eu ainda teria que dar aulas ao vivo por 3 meses, uma vez por semana, sem receber um centavo.
Ali eu tive certeza de que lançamentos não eram para mim e que eu precisava achar uma alternativa.
Antes dos acertos, os erros
Eu e Renan rompemos nossa sociedade de comum acordo, em Outubro de 2022. De abril a outubro, pensamos em várias estratégias e alternativas.
Contudo, esbarrávamos sempre no Instagram. Eu não queria mais ficar naquela demanda das redes sociais, ele não via outra forma de seguir o negócio. Eu queria migrar para perpétuo e fazer webinários, como o HC, nosso mentor recomendava.
Foi nessa época que criei a mentoria de astrologia, bem do meu jeito e sem precisar nada das parafernálias de lançamento. Simplemente enviei e-mails para todos os alunos, convidei para um zoom, expliquei a oferta.
Simples, direto e efetivo: vendemos mais de 17 mil reais em um único zoom.
Ali uma luzinha acendeu dentro de mim: lembrei de quando comecei no digital e do poder dos e-mails.
Apesar dessa lembrança, ainda tinha muitas inseguranças: como eu poderia estar certa e todo mundo que eu seguia errado?
Iludida, achava que eles tinham conhecimento de algo que eu desconhecia. E quando eu soubesse, finalmente as coisas ficariam bem. Eu teria o faturamento desejado, sem me estressar.
De outubro de 2022 até janeiro de 2023 eu testei diversas estratégias, fiz vários cursos até que ficou claro que eu precisava silenciar todo esse ruído e ouvir um único mentor.
O mentor escolhido vocês já sabem, foi o HC. Na realidade eu nunca deixei de ser mentoranda dele, exceto no curto período pós rompimento de sociedade, que precisava ficar mais off de tudo e rever o que eu queria.
Em 2023, o HC investiu forte em webinários e eu segui suas recomendações. Foi uma experiência interessante e deu resultado. Vendi mais de 50 mil reais com webinários ano passado.
Porém, com as constantes mudanças de mercado, vimos que essa ainda não era a melhor opção pois cada vez mais a margem diminuia. O que nos leva ao meu modelo de negócios atual.
Onde estou e para aonde vou
É caminhando que se faz o caminho. Eu sempre fui das pessoas que quer controlar, planejar, saber se estou indo na direção certa.
Tenho dificuldades com isso de deixar fluir, entregar. Como é isso para você? Tem mais alguma controladora por aí? rs.
O doutorado facilitou as minhas decisões pois me trouxe uma renda fixa, em dólares, pelos próximos três anos. E sim, é mais fácil arriscar quando temos algo que traz alguma segurança.
Mas mesmo que não estivesse no doutorado, seguiria o mesmo caminho que escolhi. Isso porque nos últimos 2 anos construí uma reserva financeira para minha empresa e para mim.
É essa reserva que me permite correr certos riscos com menos apreensão.
Em dezembro passado eu deletei o Instagram do telefone e tive um faturamento de pouco mais de dez mil reais (falei mais sobre isso aqui). A estratégia de vendas do mês foi focada nos e-mails e comunicação por escrito.
Nos últimos dois anos tenho aprimorado a minha escrita e técnicas de vendas através de e-mails. Inclusive meu mentor diz que eu sou a melhor copywritter disfarçada de astróloga que ele conhece, rsrs.
Comentário do meu mentor em um dos nossos grupos do Whatsapp
Desde janeiro estou menos ativa no Instagram e pretendo continuar dessa maneira.
Porém, quero deixar claro que tomei essa decisão depois de testar outras estratégias de vendas e aprimorar a minha comunicação. Nunca faria isso como primeira opção sem antes desenvolver estas habilidades.
Não estou aqui para iludir ninguém, muito menos para trazer uma pílula mágica para o seu negócio.
Você pode observar, ao longo desta edição, como percorri um extenso caminho até atingir o modelo de negócios que possuo hoje. Apesar de não ser mágica, existem atalhos.
Esse modelo de negócios que uso hoje, se encaixa no meu estilo de vida e nos meus limites.
Tenho certeza de que existem estratégias que podem gerar mais faturamento. Eu mesma já tive resultados mais expressivos que hoje.
A questão é: a que custo?
Meus resultados mostram que é possível empreender digitalmente sem ser escrava do Instagram.
No momento foco em melhorar a experiência do cliente para ter mais indicações (o famoso boca a boca), otimizar a gestão da sua empresa para maximizar o lucro e diminuir despesas, aprimorar a minha copy.
Este ano meu negócio vai mudar de novo. Estou encerrando os cursos que tem aulas presenciais (via zoom) comigo devido ao doutorado.
Diminui o número de vagas mas sigo atendendo como terapeuta e mentora de negócios.
Neste novo momento, a escrita passa a ser minha maior aliada.
Essa newsletter em breve trará novidades e novos produtos e serviços.
Não irei deletar o Instagram, seguirei usando-o nesse modelo atual de "mínimo necessário".
Nesta edição partilhei muito da minha jornada digital e dividi sobre meu modelo de negócios atual. Existem inúmeras maneiras de ter um negócio digital como o meu, sem focar no Instagram.
Porém, não tem como ter um negócio digital sem se comunicar. A questão é escolher um meio que esteja mais alinhado as suas competências e seus valores.
Para mim, esse meio é através de newsletters e e-mails. Nos próximos meses, pretendo partilhar mais sobre estes conhecimentos com vocês.
Beijocas e até semana que vem,
Fabi Ormerod
Favoritos da semana 🏆
Esta semana assisti a um filme biográfico sobre Bayard Rustin na Netflix. Confesso que não conhecia a história dele e seu papel essencial no movimento de direitos humanos. Vale a pena assistir e conhecer esse ícone e exemplo de ativismo.
Preciso dividir com vocês sobre o livro mais recente que li. Se chama Tudo é Rio, da Carla Madeira. Eu não costumo ler rápido, gosto de saborear a leitura. Pois bem, eu li esse livro inteiro no tempo de espera de um vôo e durante o mesmo. Inclusive quero reler, com calma. Ela escreve de um jeito provocante, gostoso e que prende nossa atenção. Você pode adquirir aqui.
Oportunidade
Não sei se você leu minha última newsletter. Lá comentei da oportunidade para minha certificação profissional em astrologia psicológica, a CAP.
As inscrições encerraram oficialmente ontem. Porém, ainda temos uma única vaga.
Se você quer aprender a diferenciar seu negócio de terapeuta e ter mais segurança para conduzir seus atendimentos, gerando mais resultados, a CAP é para você.
Para se candidatar a esta vaga, basta falar com a Ste da minha equipe neste link aqui.
Newsletter Semanal, nem sempre enviada no mesmo dia da semana (surpresa!). Escrita por Fabi Ormerod compartilhando experiências e perspectivas sobre mentalidade, mundo sutil e mundo concreto.
Newsletter configurada e enviada pela plataforma BeeHiiv.
Bruxa Cientista - Edição 24
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