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Será que você é resiliente demais?
Newsletter Bruxa Cientista Edição #021
A resiliência é uma característica comportamental essencial para saúde mental.
Muitos acreditam que resiliência é a capacidade de adaptação em situações difíceis e momentos de alto stress que indica a nossa força interior.
Contudo, existem estudos que tem uma visão diferente sobre este tema. Mais que isso, um conceito mais recente na psicologia fala sobre o excesso de resiliência e os prejuízos decorrentes disso.
Hoje vamos conversar sobre isso e como essa percepção se conecta com empreender e usar as redes sociais.
Será que devemos sempre persistir?
Afinal de contas, o que é resiliência?
Os estudos mais recentes concordam que resiliência é "o resultado comportamental no qual uma pessoa afetada por uma fonte significativa de stress não desenvolve uma condição negativa que afete sua saúde mental" (Riepenhausen et al., 2022).
A Associação Americana de Psicologia (APA) define resiliência como um processo psicológico, não uma característica comportamental. É o processo em que uma pessoa, ao enfrentar adversidades, traumas ou stress, consegue se adaptar sem comprometer a saúde mental.
Então, de maneira geral, há um consenso de que resiliência é algo bom, que todos deveríamos desenvolver.
Eu quero te mostrar que nem sempre essa história é verdadeira. Mais que isso, ela pode ser perigosa.
Resiliência demais pode machucar
Durante uma sessão recente de terapia, minha psicóloga me trouxe uma perspectiva nova: a de que resiliência demais pode machucar.
Quando somos crianças não temos a compreensão de mundo que podemos desenvolver como adultos. Até porque nem temos aparato cerebral para isso!
Muitos de nós passaram por experiências de vida nas quais aprendemos a engolir o nosso sentir e virar a página. Isso era sinônimo de força.
Muito cedo aprendemos que o sentir é fraco e precisa ser escondido, disfarçado, anulado.
Crianças e adolescentes que não aprendem a desenvolver um espaço seguro para o seu sentir, costumam amadurecer muito rápido.
Já se identificou ou passou por algo similar?
Porém, para aonde vai esse sentir que foi reprimido? Ele some?
Não meu caro Watson...e não precisa ser Sherlock Holmes para descobrir onde os sentimentos se escondem.
Dica de seriado das antigas: Sherlock Holmes, com o incrível Benedict Cumberbatch
Jung dizia: "O que não enfrentamos em nós mesmos, encontraremos como destino".
Aí temos a famosa projeção psicológica.
Por exemplo; se você foi uma pessoa que aprendeu a reprimir o que sente, com certeza já se irritou com alguém que demonstrava seus sentimentos livremente.
Qual a relação disso com a resiliência?
No excesso de resiliência, nós resistimos ao que não precisa ser resistido!
Engolimos o choro, afogamos a tristeza, colocamos um sorriso falso no rosto e seguimos em frente.
É claro que este comportamento não é saudável e acaba nos machucando.
Por isso te convido a refletir: será que você é resiliente demais?
Vencedores não desistem nunca
Desde criança eu fui um zero à esquerda em esportes.
Poderia escrever uma newsletter inteira sobre meus traumas infantis e lembranças de bullying ou da tristeza no dia de educação física.
Eu era aquela criança que os colegas reclamavam quando era colocada no time. Além disso, com frequência era a última a ser escolhida o que não ajudava em nada minha auto estima (que de alta, não tinha nada).
Em um mundo que valoriza o neoliberarismo e a meritocracia, é fácil acreditar que temos que nos esforçar mais, seguir sempre em frente e coisas do gênero.
Minha opinião é que não devemos viver a vida como se tudo fosse oito ou oitenta. Afinal de contas, existem setenta e dois números nesse caminho.
Na ânsia de vencer sempre, atendo cada vez mais pessoas a beira de um burn-out. Será que compensa essa persistência toda?
Quando persistência e resiliência viram teimosia?
Arrisca uma resposta? Eu arrisco:
Quando sua saúde (seja física, mental ou emocional) fica comprometida por causa disso.
Se você está precisando de tratamento, você passou do ponto faz tempo!
Está tudo bem não ganhar sempre.
Não tem nada de errado em escolher um caminho que não te machuque.
Se suas escolhas estão te ferindo, te convido a revisitar-las.
Sair das redes é opção e não fracasso
Minha empresa faz dez anos dia 4 de Abril. Ariana. Cheia de energia, iniciativa e impulsividade (sim, existe mapa astral de empresa!).
O mesmo CNPJ já foi reinventado algumas vezes: loja virtual de scrapbooking, consultoria de estilo pessoal, consultoria de negócios, coaching, astrologia, terapia, cursos online.
Desde o começo, empreendi digitalmente e usava redes sociais.
No começo era o facebook, depois os grupos de whatsapp e por fim, o Instagram e o You Tube. O Tik Tok criei a conta, mas não me "pegou".
Já faz um tempo que estava cansada do que via no Instagram e insatisfeita com as minhas métricas.
Decidi fazer um experimento ousado: deletar o aplicativo por trinta dias. Falei sobre esta experiência nessa edição aqui.
O curioso foi que meu perfil cresceu mais durante esse período do que quando eu produzia conteúdo com todo cuidado e esforços.
Isso foi a gota d'água para eu decidir que aquele não podia ser o canal principal de comunicação do meu negócio.
Sempre gostei de escrever e decidi este ano focar mais aqui e nos meus e-mails do que lá, nas redes sociais.
Não vou deletar meu perfil, mas o uso por lá seguirá no modelo do mínimo necessário.
Comuniquei essa decisão a alguns amigos que ficaram surpresos como eu "estou jogando fora dinheiro" ou porque eu "estou desistindo de tudo".
Nem um, nem outro. Estou escolhendo viver mais fora das telas.
Minha saúde agradece.
E você, como é a sua relação com as redes sociais?
Respeitando os meus limites
Desde nova aprendi a me comportar bem. Tirar boas notas. Ser uma "boa menina".
Meu irmão do meio tinha muitos problemas respiratórios e com frequência era internado. O mais novo demandava cuidados a mais por sua idade.
Eu precisava "ser o exemplo".
Junta-se esse contexto com a minha personalidade e pronto, temos o prato perfeito para uma pessoa que quer agradar os outros, não dar trabalho.
Com frequência esse perfil comportamental implica em dificuldades em estabelecer limites, dizer não e desrespeito frequente.
Ainda bem que tudo isso já está muito consciente e melhorei bastante neste quesito.
Fiz 49 anos dia 25 passado.
Respeitando as diferenças de idade, a realidade é que existem coisas que não tenho mais paciência ou tolerância.
Um pacto que fiz comigo mesma é que cada vez mais iria me respeitar e me priorizar.
Eu amo atender e dar aulas.
Contudo, ter uma empresa tem seu ônus e de acordo com o porte dela, nem sempre o lucro final é tão maior que o trabalho para gerar-lo!
Buscando sempre aplicar a filosofia essencialista na vida e nos negócios, ficou claro que eu precisava ficar mais offline.
Não quero dizer que todo mundo deve fazer o mesmo. Essa é a minha realidade.
Confesso que me traz leveza demais saber o que quero ou não para a minha vida e para o meu negócio.
É essa clareza que busco levar para as pessoas com o meu trabalho.
Se essa newsletter te ajudar a refletir sobre seu momento de vida ou te inspirar a buscar o seu jeito de viver, já me dou por satisfeita!
Por isso, não deixa de manter contato comigo por e-mail e dar sua opinião sobre o que rola por aqui, combinado?
Oportunidade
Para celebrar o mês das mulheres, estou oferecendo um cupom de desconto de 500 reais no meu curso principal, o Astrologia e Autoconhecimento.
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Favoritos da semana 🏆
Leitura: Fazia tempo que eu não devorava um livro em menos de um dia. O vencedor dessa façanha foi o livro A Psicologia Financeira, do Morgan Housel. Ele deveria ser leitura obrigatória antes dos 18 anos de idade. São tantos aprendizados que até vale uma edição da news sobre ele no futuro.
Estou morrendo de saudades de Bridgerton e seriados desse tipo. Devorei a primeira (e única) temporada disponível de A Imperatriz no Netflix. Se você gosta de história, romance e uma pitada de intrigas, vai adorar.
Newsletter Escrita por Fabi Ormerod compartilhando experiências e perspectivas sobre mentalidade, mundo sutil e mundo concreto.
Newsletter configurada e enviada pela plataforma BeeHiiv.
Bruxa Cientista - Edição #021
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