Reflexões de uma semana sem Instagram

Bruxa Cientista – Edição #014

Tem uma semana que deletei meu Instagram. Apesar do pouco tempo, já foi suficiente para gerar reflexões e insights.

Nessa edição vou dividir com você minhas reflexões sobre esta pausa e como isso me ajuda a seguir no meu processo de melhoria contínua e busca por uma vida mais plena.

Quero te convidar a fazer o mesmo aí do outro lado da tela. Vamos?

O tempo

O Drummond escreveu uma das minhas poesias favoritas, chamada de "O tempo".

“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante tudo vai ser diferente."

Carlos Drummond de Andrade

Como terapeuta e astróloga, trabalho com o tempo no dia a dia. Os ciclos astrológicos, da vida, da mulher, dos hormônios.

Até mesmo nos negócios, vemos a ciclicidade sendo representada. Nas economias mundiais, nas bolsas de valores, nas tendências de moda e até mesmo nas artes.

Contudo, a maioria de nós não vive como se a vida fosse cíclica. Vejo um mundo que quer ir ao contra fluxo da natureza e viver como se tudo fosse uma linha reta. Ascedente, de preferência.

Assim, todos os anos, por volta de dezembro, assim como na poesia de Drummond, entregamos os pontos e começamos tudo novamente.

Como seria viver fora desse ritmo desacelerado e automático?

A primeira semana sem Instagram

Na edição passada (ler aqui), expliquei porque iria deletar meu instagram por 40 dias.

Hoje faz uma semana que tomei coragem para desinstalar o aplicativo e quero te contar como está sendo essa experiência até o momento.

Relatório de uso de tela desta semana

Minha média diária de tela caiu em 56%. Já sei que isso é pela ausência do Instagram.

Mesmo assim, ainda estou com 2h de redes sociais no relatório.

Números não são nada se não soubermos analisar-los.

No meu relatório email, whatsapp e facebook aparecem como social e somam estas duas horas.

Estou de férias, mas como tive covid recentemente, ainda ficaram pendências da empresa para serem resolvidas, clientes para reagendar e assuntos gerais.

O facebook é a ferramenta usada aqui na Nova Zelândia para ficarmos informados dos eventos na cidade e onde meus colegas de mestrado e supervisora se comunicam comigo. Eles não usam Whatsapp por aqui.

Além disso, sexta-feira passada foi a minha formatura e claro, dividi essa alegria com familiares e amigos, via whatsapp.

Registro da minha formatura no mestrado em psicologia da saúde

Nos primeiros dias fiquei assustada. Senti muita falta do Instagram.

Foi estranho viver as coisas e não fazer um stories contando o que estava fazendo. Achei triste perceber que estava fazendo isso de forma automática.

Além disso, tive pensamentos de cobrança como me julgar errada por não estar respondendo o inbox, fazendo stories e vendendo.

É uma mudança difícil nadar contra a corrente. A maioria das pessoas que conheço no empreendedorismo digital vivem grudadas no celular, com poucas exceções (meu mentor, o HC, é uma dessas exceções e me inspiro na forma que ele conduz sua forma de trabalho sem deixar de se cuidar).

Essa percepção de confirmar o vício foi importante, apesar de dolorida.

Depois dos primeiros 2-3 dias, comecei a fazer coisas novas ou que havia abandonado.

Em uma semana sai 3x com amigos (um recorde para mim!), comecei um novo livro e aprendi a fazer as minhas unhas seguindo o método 7 camadas da Unha Bonita. Conhece? Já tenho amigas que estão entrando nessa onda e curtindo esse momento de autocuidado também.

O resultado dessa primeira semana foi uma diminuição da minha sensação de solidão (claro, meus pais aqui na Nova Zelândia também impactaram nisso). Aprendi coisas novas, revi pessoas queridas e tive mais contato social.

Outro resultado positivo é que retomei as atividades físicas e me senti mais motivada a sair de casa.

Que benefícios você acha que teria se diminuísse seu tempo de uso de tela em 56%?

Essencialismo

É difícil afirmar que levo um estilo de vida essencialista enquanto passo várias horas por dia navegando no Instagram.

Esse "teste" estes dias estão me ajudando a refletir e descobrir uma forma mais saudável de lidar com as redes daqui para frente.

Nessas reflexões eu lembrei de reler meu livor favorito, Essencialismo do Greg McKeeown. Para mim ele é como uma bíblia, um guia de vida.

A essência do livro é nos mostrar como uma vida mais focada no que realmente importa para nós, preserva e aumenta a nossa energia. Como consequência, temos uma vida mais leve e plena.

Imagem extraída do livro Essencialismo

Um essencialista não quer fazer mais. Ele quer fazer menos e com mais significado.

Mas como fazer menos e com mais significado sem saber o que queremos fazer?

Por isso a importância das pausas reflexivas no nosso dia a dia. Elas geram clareza.

Quando você olha para imagem acima, você sente que está vivendo uma vida direcionando sua energia ou desperdiçando-a?

A pressão social do fazer e uma sociedade doente

Socialmente associamos energia a fazer, construir, realizar. Vivemos como em uma rodinha de laboratório, como ratinhos, correndo atrás da cenoura o tempo todo.

Quando a roda para, estranhamos. Nos sentimos menos. Achamos que está errado.

Você sabe parar? (seja honesto consigo mesmo!).

Essa primeira semana de férias reforçou o que eu já sabia: eu não sei.

Tenho dificuldades em ficar sem fazer nada. O descanso real. Até mesmo o tédio.

Contudo, estou buscando construir esse novo hábito. Aos poucos, desconstruir essa necessidade constante de atividade.

É impossível desconectar isso do sistema econômico no qual estamos inseridos.

"O neoliberalismo tornou o mundo um lugar menos seguro , mais estressante e consequentemente mais prejudicial à saúde", palavras do Dr Gabor Mate.

Nós aprendemos a nos desconectar do nosso corpo, da nossa intuição e das nossas emoções como se isso fosse errado ou perigoso. Tanto que medicalizamos sentimentos como tristeza, luto e por aí vai.

Não nos permitimos, como sociedade, sentir nada diferente de prazer e alegria. E as redes sociais estão diretamente ligadas a isso, gerando picos de dopamina constantes.

Os estudos mais recentes de neurobiologia indicam que todos os desequilíbrios de neurotransmissores que escutamos serem as causas dos transtornos mentais, são uma consequência e não a causa desses transtornos.

Qual a causa real? A forma que funcionamos hoje está ligada a nossa história de relacionamentos, à nossa infância, a podermos expressar quem somos sem medo.

Avalie como você se sente quando não está produzindo/trabalhando.

Todos nós aprendemos a sentir isso. Não nascemos assim.

Essa construção social está nos adoecendo. Mas como lidar com isso?

Construindo um novo caminho

Nessa edição dividi contigo minhas reflexões sobre uma semana sem Instagram.

Sei que é a ponta do iceberg. Também sei que perceber como chegamos até quem somos hoje e como construímos a vida que estamos vivendo, é o primeiro passo para gerar clareza.

Não é um processo gostosinho nem agradável. Aliás, nenhum processo real de autoconhecimento é.

A partir dessa clareza, podemos questionar nossas escolhas e fazer ajustes na nossa rota.

Não vamos conseguir mudar as estruturas sociais do dia para noite. Isso leva décadas.

Mas podemos e devemos começar a questionar e refletir como elas nos influenciam. Te convido a seguir nessa reflexão ouvindo meu podcast aqui. 

E sim, podemos escolher ir na contra mão da maioria.

Beijocas e até a próxima edição,

Fabi Ormerod

Favoritos da semana 🏆

Eu e a minha mãe adoramos seriados e filmes de investigação. Começamos a ver um seriado novo na Disney chamado Um Homicidio no Fim do Mundo. Estou apaixonada pela personagem principal, que é uma escritora. O elenco é excelente e as reviravoltas na trama mantém a gente sempre querendo mais.

Também assistimos ao último Indiana Jones mas não vou te recomendar. Achei longo demais, parado e acabei dormindo no filme hahahah.

Indicações de Newsletters incríveis

Alquimia da mente do meu mentor Henrique Carvalho. Na última edição ele trouxe um conteúdo diferente, falando sobre os 10 tipos de sorriso e como cada sorriso tem um propósito. Curioso não é?

Laboratorio do Ser da minha amiga Dea Felicio. Na última edição a Dea fala sobre autocuidado sem firulas e explica algumas ferramentas que eu também uso e ensino como a mandala lunar e a produtividade cíclica. Confere e não deixa se inscrever também.

Conheça meus cursos e atendimentos

Eu escolhi um novo caminho na minha jornada, que é voltar a atender e acompanhar pessoas por longo prazo, como terapeuta.

Volto a trabalhar dia 15/01 e abri 4 vagas na agenda para acompanhamento terapêutico. Se você quer uma bruxa cientista para chamar de sua terapeuta, vamos conversar.

Nota importante: Apesar de ter mestrado em psicologia, eu não sou uma psicóloga clínica. Ou seja, meu acompanhamento terapêutico e focado em autoconhecimento e educação emocional e não em tratamento de depressão ou outros distúrbios. 

Astrologia e Autoconhecimento: Durante dezembro você pode acessar a uma oferta especial e começar a estudar astrologia comigo. Se você quer aprender a usar um GPS para guiar suas decisões e ter mais clareza na sua vida, te convido a assistir uma aula gratuita aqui.

 Mentoria Metamorfose: Construa um negócio sustentável respeitando seu estilo de vida. Saiba como ser uma terapeuta holística de sucesso e bem remunerada. Faça sua aplicação para mentoria (1 vaga para começo após 15/01/24).

Sobre a Newsletter Bruxa Cientista

Escrita por Fabi Ormerod compartilhando experiencias e perspectivas sobre mentalidade, mundo sutil e mundo concreto.

Newsletter configurada e enviada pela plataforma BeeHiiv.
Bruxa Cientista - Edição #014

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