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Trem ou rally do deserto?
O que você escolhe?
Essa semana aconteceu algo inédito nos meus 49 anos de vida. Comecei um emprego que não havia me candidatado. Minha mãe quando soube disse: Essas coisas só acontecem contigo!
Porque será: sorte, acaso ou intencionalidade?
Nesta edição quero dividir um conceito que aprendi esta semana em um workshop do doutorado que pode ser aplicado fora da vida acadêmica: a Teoria Planejada de Happenstence.
Voce já tinha ouvido falar disso? Te explico melhor a seguir.
Happenstence: A ciência do acaso planejado
Imagine a vida como um grande espetáculo teatral, onde você é tanto o personagem principal quanto o diretor das suas ações. Às vezes, porém, as melhores cenas não são ensaiadas meticulosamente, mas acontecem de forma inesperada e mágica. Esses momentos são o coração do planned happenstance.
"Mas que raios é isso?", você pode estar questionando. Trata-se de estar receptivo às oportunidades que aparecem na sua vida, mesmo que elas não façam parte do plano original.
Não entendeu ainda? Vou usar imagens para ficar mais fácil.
Será que a vida tem mesmo somente uma direção?
Imagine que a vida algumas décadas atrás era como um trem. Você tinha um destino e podia escolher o trem que chegava la.
Alguns de seus antepassados ou pais escolheram seguir uma profissão, casar-se e ter filhos. Eles embarcaram no trem e chegaram ao seu destino.
Podemos até dizer que era uma postura mais passiva em relação à vida.
Você escolhia o destino médico, advogado, engenheiro. E era isso. Não tinha nenhuma mudança, você iria trabalhar com aquilo a vida toda.
Deve ser muito doido fazer um rally no deserto…
Hoje, invés de escolher um destino e o trem que leva ao local, parece que estamos em um rally no deserto!
Nada é certo. Você acha que esta no controle do carro, mas existem muitas variaveis. É uma tempestade de areia atrás da outra e existem várias maneiras de chegar ao destino final.
O psicólogo John Krumboltz criou uma teoria chamada " Planned Happenstence".
A melhor tradução seria a Teoria do Acaso Planejado. Nesta teoria ele concluiu que existem características que maximizam a chance de obter benefícios derivados de eventos não planejados.
Cultive a curiosidade: Explore interesses diversos e esteja aberto a novas experiências. Às vezes, um hobby pode se transformar em uma paixão profissional.
Rede de contatos: Conheça pessoas, participe de eventos e esteja presente nas conversas. Grandes oportunidades muitas vezes surgem de conexões inesperadas.
Aprenda com os desafios: Nem todos os desvios são estradas sem saída. Às vezes, os obstáculos nos levam a caminhos mais interessantes e enriquecedores.
Seja flexível: Esteja preparado para ajustar seus planos conforme novas oportunidades se apresentam. A rigidez pode ser o maior inimigo do planned happenstance.
Ao refletir sobre minha jornada profissional e as mudanças de vida que fiz, percebo que desenvolvi muitas das características acima.
Okay, confesso que sou menos otimista do que gostaria. Minha natureza pratica costuma ser bem pessimista #quemnunca.
Considerando o que aconteceu por aqui essa semana, concordo com o John Krumboltz.
O contrato de trabalho que caiu no meu colo
Essa semana recebi o email abaixo.
Traduzindo para quem não fala inglês, uma professora da faculdade me escreveu dizendo que eu sou um achado e elogiando minhas competências. Em seguida ela diz que seria ótimo me ter como professora assistente nesta matéria de mestrado chamada Liderança em Saúde.
Eu havia aplicado para uma vaga com outro professor, que acabou contratando seu aluno de PhD. Até aí, nada demais. Só que ele me procurou para dizer que gostou muito do meu curriculum e me perguntou se poderia repassar para algumas pessoas. Eu disse que sim, sem problemas, e foi assim que essa professora soube de mim.
Marcamos o tal café na quinta feira, que não era uma entrevista e sim para ela me contar como o curso funcionava. Porém, mais surpresas me aguardavam naquele dia.
No café ela se mostrou curiosa sobre a minha história de vida, tudo que já fiz, especialmente as mudanças de carreira. Foi uma das poucas vezes aqui na Nova Zelândia que senti que minha experiência fora deste país contava. Quem é imigrante sabe bem do que estou falando.
Parece que a gente não teve vida antes, muito da nossa experiência é desvalorizada pois querem experiências locais. Ao contrário, ela ficou fascinada.
Me explicou que "herdou" esse curso de uma professora que se aposentou, mas que não entende nada de liderança. Seguiu me explicando que além da minha experiência no corporativo, o fato de eu ser coach e mentora ajudava muito.
Esse curso de mestrado é lecionado em 4 dias. Chamamos isso de block course. São várias palestras e workshops e o restante do conteúdo já está online. Nestes dias ocorrem discussões e vários exercícios mediados pelo condutor.
Resumo da ópera é que ela me convidou para dar aula em um dos dias, além de para ser professora assistente dela, com chances de assumir o curso no futuro após o doutorado (aqui para lecionar em universidade é mandatório ter no mínimo PhD). E eu aceitei.
Ainda tem mais: no terceiro dia de aula quem vai conduzir a turma é o “Ashley", disse ela. E eu: ok…
Na ausência da minha reação ela seguiu: O Ashley Bloomfield. Talvez o nome não seja familiar, mas é possível que você já tenha visto alguma foto dele (é o de óculos ao lado da Jacinda Arden, a mulher mais incrível que já vi discursar ao vivo, ex primeira ministra da Nova Zelândia).
Fonte da foto: Jornal The Conversation, Nova Zelândia
Simplesmente ele foi a pessoa que criou a resposta da Nova Zelândia ao COVID-19. Eu sou MUITO fã dele. Acho que vou ter um pequeno siricotico ao conhecer-lo em Agosto.
A Paula me disse que ele trabalha na mesma Faculty que a eu estudo #chocada.
Alguma dessas coisas estava nos meus planos? Não. Foi uma sincronicidade? Acredito que sim. Mas também podemos dizer que foi uma "planned happenstence" como diria John Krumboltz.
Já aconteceu algo parecido contigo? Se sim, me conta...quem sabe até não uso o seu relato para dividir com outros leitores na próxima edição.
Favoritos da semana 🏆
Essa semana tenho muitas indicações para partilhar. Aproveita para printar e depois em conta o que você assistiu ou não, combinado?
A minha primeira dica é um seriado que eu adoro e estava ansiosa pela nova temporada: House of Dragons. Um prequel do Game of Thrones. E só para polemizar vou falar algo que nunca disse em público: eu gostei do final do GOT. Para mim não fazia sentido a Daenerys reinar. Ela foi minha personagem favorita por muito tempo mas depois estava claro que ela enlouqueceu e o poder subiu à cabeça rsrsrsrs.
Eu detesto a Alison. Mulher falsa do caramba #queamigahein?
Minha segunda dica é um seriado daqueles de tirar o fôlego e dar nó na cabeça. Está passando na Apple TV. Eu adoro seriado deste tipo com crime a ser resolvido, tribunal, reviravoltas.
O Jake Gyllenhaal além de alegrar nossos olhos ainda dá um show de interpretação
Tá bom de dica ou quer mais? Bora para mais uma!
Essa eu ainda estou no começo mas fui assistir de curiosa com tantos comentários que já ouvi e li sobre a série. Sim, estou falando do grande hit Pedaço de Mim com a Juliana Paes. Olha, está me surpreendendo positivamente viu? Dá vontade de maratonar. Se já assistiu não me dá spoiler que estou no começo!
Indicações de leitura
Essa semana quero te indicar outras newsletters que tem conteúdos que eu gosto e acredito serem interessantes.
A Newsletter do Gus, meu colega de mentoria, fala sobre podemos melhorar um pouco a cada dia. Você pode assinar clicando aqui.
MInha próxima indicação é de uma news em inglês, focada no público feminino e cheia de dicas para maternidade e dia a dia. Você pode assinar a The Mommy, clicando aqui.
Alquimia Literária
Ja teve vontade de participar de algum clube de leitura? EE estou quase terminando e achando surpreendente. Este mês, no meu clube do livro Alquimia Literária, estamos lendo os sete maridos de Evelyn Hugo. Já leu?
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Bruxa Cientista - Edição #036
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