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O universo me avisou, eu não ouvi
Newsletter Bruxa Cientista Edição #033
Li e reli aquela mensagem inúmeras vezes.
Seguia sem entender. Parecia mentira.
O que ela queria dizer com “desde a partida da Carlinha"?
Partida para onde?
Eu estava a dias para ligar para ela, sempre aparecia algum imprevisto e ficava para depois.
Não foi possível escrever esta edição na sexta feira, como faço de costume.
Estava muito atravessada pela dor, que ainda fará morada por aqui por muitos dias.
Contudo, senti vontade de escrever hoje. Sempre me ajuda a elaborar o que sinto.
Do digital para o presencial
Eu e Carlinha, no FabiDay em Sampa - Maio de 2022
Em Maio de 2022 eu quis fazer um evento presencial, aproveitando minha ida ao Brasil. Foi um evento pequeno (propositalmente) pois queria fazer como um retiro, em um só dia.
Foi muito especial, abri somente 10 vagas. Foi divulgado somente entre as alunas e mentorandas do meu curso de Astrologia.
Em todos os meus cursos, sempre tem algumas alunas que acabam ficando mais próximas. Seja porque participam mais das aulas, ou estão sempre presentes em aulas ao vivo. Quem sabe seja alguma afinidade energética?
Só sei que a Carlinha foi uma delas.
Nos conhecemos em 2021 e desde que entrou no curso de Astrologia, fez tudo que eu inventei. Uma menina doce e criativa, cujo sonho era poder morar fora do Brasil e ter novas experiências.
Vi ela aprender astrologia, aromaterapia e se tornar uma excelente terapeuta holística.
Em Maio de 2022, nos conhecemos ao vivo e parecia que já a conhecia faz tempo.
Vi nela uma irmã mais nova, ou quem sabe, uma filha…
Só sei que afinidade aumentou mais ainda e ficamos mais próximas. Ela resolveu fazer mentoria individual comigo para construir seu plano de saída do Brasil.
Acompanhei a emoção de cada etapa. Escolha da faculdade, assinatura do contrato de intercâmbio. Revisei eu mesma as cartas de indicação, ajudei a escrever a carta de intenção.
Vivemos juntas a angústia de aguardar respostas, visto, a compra da passagem e sua ida para o Canadá ano passado.
Antes disso, quando estive no Brasil em 2023, tive a oportunidade de passarmos uns dias juntas em Curitiba. Ela viajou mais de 10 horas somente para me ver por dois dias.
Brincamos que devíamos ter uma conexão de outras vidas.
Ela se mudou para o Canadá ano passado e com a vida acontecendo para ela e minha seleção para o Doutorado, o contato dominuiu de frequência. Mas não o sentimento.
Em fevereiro, ela me falou que estava triste porque eu estaria no Brasil e a gente não poderia se ver. Acontece, eu disse. Vou te visitar um dia no Canadá.
Final de março ela me enviou uma mensagem linda, parecia uma despedida. Dizendo o quanto ela estava feliz e grata por estar vivendo seu sonho. Falou o quanto se sentia abençoada por ter conhecido pessoas maravilhosas e que eu era uma delas.
Eu achei que tinha respondido. Coisas do dia a dia ou do fuso. Vi e não respondi.
Semana passada, depois da minha mudança, estava com ela na cabeça direto. Agora não tenho certeza mas acho que sonhei com ela um dia.
Eu queria falar com ela para contar que estava usando diariamente o serum facial de óleo de rosa mosqueta que ela mesma fez para mim e que estava gostando muito.
Também queria saber da sua vida no Canadá, das suas novas experiências.
Quinta feira acordei com ela cabeça e decidida: de hoje não passa! Preciso ligar para Carlinha.
Olhei o horário no Canadá e vi que era adequado. Liguei. Tocou, tocou e não foi para caixa postal, achei estranho.
A tarde, ao reativar meu perfil antigo, fui limpar as mensagens e havia uma mensagem nova de uma pessoa desconhecida.
Abri a mensagem que dizia: Fabi, imagino que você também deve estar vendo os vídeos da Carlinha depois da sua partida. Obrigada por ter insistido para ela cantar e gravar suas músicas.
Reli a mensagem várias vezes. não entendia. Partiu para onde? Ela foi embora do Canadá? Porque isso tinha relação com seus vídeos de música?
Mandei um áudio: Desculpe, não estou entendendo, do que você está falando?
Alguns segundos e a hipótese da morte dessa amiga me arrepiou por inteiro. Não, era impossível! Ela tinha menos de 30 anos, saudável, não bebia, fumava, não faz sentido!
Na mesma hora liguei para uma amiga nossa em comum, expliquei a mensagem e disse: não aconteceu nada com a Carlinha, entendi errado, não acha?
Minha amiga disse, não Fabi, não pode ser, falei com ela faz poucos dias! Trocamos receitas de salada, ela estava bem e falava de um novo projeto.
Decidimos que iriamos revirar as redes, buscando informação. Achamos a nota do pai dela sobre sua passagem.
Senti o chão falhar. Achei que fosse desmaiar. Chorava e não acreditava no que aconteceu.
Semana passada ela se sentiu mal, procurou o médico. Na sexta foi internada após um enfarto seguido de uma parada cardíaca. Após ser colocada em coma induzido no final de semana, teve falência geral na terça feira e partiu.
Foi tudo muito rápido.
Assim, como um pássaro, bateu asas e voou.
Sinto que o universo me avisou. Seja pela última troca de mensagem que tivemos. Ou pelo sonho e lembrança constante dela nos últimos dias.
Ainda é difícil aceitar. Acordo e por vezes me pergunto se isso aconteceu mesmo. Carlinha se foi.
Será sempre lembrada pela sua voz doce, angelical e o carinho que tinha com todos que cruzavam seu caminho.
Quando penso nela e em todas pessoas que partiram próximas a mim desde maio passado, vejo como o luto está cada vez mais presente na minha vida.
Contudo, não só ele. Também tem muita novidade acontecendo. Vida e morte, vida e morte, penso…
Todos os dias pessoas morrem, nascem, casam, se separam, mudam de países, iniciam carreiras, perseguem seus sonhos, desistem das suas metas.
A vida é isso: movimento, impermanência.
E por mais que eu queira ser uma pessoa “bubbly", como dizemos aqui na Nova Zelândia, eu nunca serei.
Sou profunda. Introvertida. Nerd.
Prefiro conversas sobre a vida, a morte, o universo e todas as coisas.
Desde muito cedo a vida tenta me ensinar a lidar com finais.
Eu resisto. Brigo. Choro. Sou apegada. Quero controle.
É muita terapia (em dia!) para elaborar a angústia de viver.
Mas não adianta: permanecer vivo implica em transformar, aceitar, elaborar as nossas frustrações e compreender mais uma pecinha do nosso quebra-cabeças.
Na mesma semana que a Carlinha partiu, o Henri, filho da Ste, chegou.
Vida e morte. Altos e baixos. Dia e noite.
Viver é dual.
E assim é a minha escrita. Tem dias que ela transborda, como hoje. Sem estrutura ou pesquisa, as palavras saem.
A cada palavra digitada ou escrita (sim, sou dessas: amo um caderno e canetas!), parece que o sentimento vai ficando mais claro.
Raiva, tristeza, dor. Mas também sinto amor, gratidão, esperança.
Que essa news de hoje te lembre de não deixar seus sonhos para amanhã.
Com amor e luto,
Fabi Ormerod
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