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Brilho no olho não dá para fingir
Bruxa Cientista – Edição #002
“Por vezes esbarramos com coisas até melhores do que aquelas que sonhamos”.
O meu grande sonho
Eu com meu filho e meu marido, na noite de lançamento do meu primeiro livro
Eu fui uma criança diferente. Meu apelido escolar, ET já te dá algumas pistas. Na newsletter passada, falei um pouco sobre isso. Entre vários sonhos, um sempre esteve presente: ser uma escritora.
Perdi a conta de quantas vezes me imaginei andando pelas ruas e passando na frente de livrarias vendo um livro meu em uma vitrine. Naquela época não existia kindle, então o sonho era analógico.
Em Junho de 2018 publiquei meu primeiro livro, o Mulher de Fases. Vou falar aqui algo que nunca falei em público, exceto para algumas amigas íntimas: durante muito tempo eu tive muita vergonha desta conquista. Por quê? Porque ele não atendia ao meu critério pessoal de livro.
O projeto do livro ficou na gaveta por uns 2 anos. Em 2014, uma amiga jornalista me convidou para ter uma coluna em um portal online, chamado Parana Online, que nem existe mais. Ela sabia da minha paixão por escrita e sempre achou que eu escrevia bem. A ideia era fazer algo no estilo Martha Medeiros, contos e textos curtos, sobre a minha forma de ver o mundo e como isso conectava com outras mulheres. Adorei. E assim nasceu a coluna Mulher de Fases, que durou mais ou menos 1 ano e meio, até o portal ser encerrado.
Em 2016, durante uma sessão de coaching, falávamos sobre propósito e como eu ainda não havia achado o meu. De novo aquela sensação de ET: “todo mundo tem um proposito, menos eu”. Minha coach então me recomendou um livro chamado O foco define a sorte da Dulce Magalhães. O livro me revirou inteira por dentro.
Ao final da leitura, eu tinha uma única certeza: eu estava mesmo muito perdida. Porem, havia uma certeza: eu queria ajudar pessoas e amava ler e escrever. Sempre quando me perguntavam meus sonhos eu dizia: ser mãe de um menino, escrever um livro e morar fora do Brasil. Os três sonhos foram realizados.
Na sessão seguinte com minha coach, falei sobre minha paixão pela escrita. Na época inclusive eu estava fazendo cursos do Henrique Carvalho e tinha um blog onde escrevia sobre questões bem mais profundas que na coluna online. Mas não divulgava nem dividia o que escrevia com ninguém por vergonha e insegurança.
Minha coach, sabendo da minha coluna Mulher de Fases, me deu uma tarefa: você vai escrever seu livro ate sua próxima sessão ou não te atendo mais. Oi? Que mulher louca! Como assim? Voce não pode fazer isso… Esses foram meus primeiros pensamentos.
Em uma única tarde eu copiei e colei meus textos da coluna. Reuni tudo em um arquivo do word e fui me informar sobre como publicar um livro. Falei com algumas editoras e achei caro demais. Depois me lembrei de uma amiga que havia publicado um livro sozinha. Ela me deu o caminho das pedras: contato da gráfica e do editor, para quem escrevi no mesmo dia.
O Livro Mulher de Fases
Eu e meu "bebê", o Mulher de Fases
Em menos de um mês eu recebi a amostra digital do meu livro, já diagramado, pronto para impressão. Em junho de 2018 eu ia para o Brasil e podia retirar os livros na gráfica. Lembro ate hoje da emoção ao pegar o táxi e dar o endereço da gráfica. O taxista ficou empolgado junto comigo e ganhou uma edição autografada.
Na época eu fui em um grande evento do mundo do coaching e vendi mais de 50 edições ali mesmo no evento. Foi muito gostoso ver meu livro chegando aos primeiros leitores.
Depois, em Curitiba foi a noite de lançamento. Reuni família e amigos. Foi um dia bem especial, com direito até a discurso. Porem quando a adrenalina baixou, comecei a criticar a minha conquista. Ah, o livro é muito fininho e não uma história historia inteira…são somente textos que copiei e colei. Sim, são textos que eu mesma escrevi, mas o livro não vai ajudar ninguém, foi só meu ego querendo aparecer.
Hoje eu tenho uma percepção diferente sobre meu livro. Ele foi um passo necessário para que eu acreditasse que era possível. Afinal de contas, para ser escritora, basta escrever. E eu não escrevia! Ficava esperando a hora certa. Perdi muito tempo nessa masturbação mental e ficava adiando a realização deste e de outros sonhos.
Agora eu já entendi que o jogo é outro. Eu começo a fazer. Erro mais que acerto. Como essa newsletter aqui, que ainda tem muito a melhorar em termos de qualidade de escrita. Mas eu estou fazendo. E quanto mais escrevo, melhor minha escrita será. Bom, eu espero melhorar, pelo bem de vocês todos que me lêem! Hahahaahah.
O tal do propósito de vida
Fabi, então seu propósito de vida é escrever? De certa maneira, sim. Escrever é um deles. Eu não acredito que temos um único propósito de vida. Me explico.
Se olharmos no dicionário, vamos encontrar:
Propósito
(pro·pó·si·to)
Nome masculino
Tomada de decisão. = DELIBERAÇÃO, RESOLUÇÃO
Aquilo que se pretende alcançar ou realizar. = INTENTO, PROJETO
Finalidade, fim, mira.
Tino, juízo, seriedade, prudência.
(“propósito”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008 – 2023, https://dicionario.priberam.org/prop%C3%B3sito).
Entendendo que proposito é o que pretendo alcançar ou realizar, eu não tenho um único sonho, um só proposito. E pra falar a verdade, é triste que a gente viva uma vida inteira focado em uma única coisa! Que desperdício de experiências!
Apesar disso, eu e muitos de vocês certamente já gastam muitos neurônios questionando qual é o nosso propósito.
Se eu ganhasse um real por cada pessoa que atendi porque queriam descobrir seu propósito de vida, eu estaria milionária. Quer saber? Eu acho uma perda de tempo essa busca desenfreada por saber “qual é o meu propósito”. Invista seu tempo em descobrir quem você é! É fazer as pazes com todas as suas partes, especialmente aquelas que você esconde de tudo mundo. Suas sombras.
Entao se você puder levar um único aprendizado dessa newsletter hoje, leve esse:
Propósito é direção. Se você esta em movimento, então está tudo bem.
E não há nada de errado em mudar de ideia, achar que “não era bem isso”. É maravilhoso poder mudar de caminho quantas vezes quisermos. Podemos nos reinventar. Algumas vezes são essas possibilidades de múltiplos caminhos que nos travam.
Brilho no olho não da para fingir
A maioria das pessoas gosta de controle, mesmo não admita. Queremos ter certeza do caminho certo, que essa ‘e a melhor escolha. Mas como fazer a tal escolha certa?
O psicólogo Barry Schwartz fala disso, neste TED aqui, um dos meus favoritos, chamado o paradoxo da escolha.
Somos bombardeados com informações 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Comecamos a nos comparar e duvidar das nossas próprias escolhas. A astrologia é uma ótima ferramenta para quem quer saber se esta no caminho “certo”. Mas ela não oferece a certeza que muitos querem. O mapa astral dá direção. Faz convites para desenvolvermos certos arquétipos.
Ja aceitei que viver é não ter certeza de nada. O que busco hoje é perceber o que meu corpo fala sobre as minhas escolhas. Como tenho múltiplos interesses, é fácil cair na armadilha do “e se eu estiver indo na direção errada”?
Eu resolvi isso seguindo a frase que escrevi no meu livro la em 2018. Eu sigo o que me dá brilho no olho. E na dúvida se estou no caminho certo, peco um help para o céu, através dos mapas astrológicos.
Astrologia, sonhos e propósito
Sou astróloga desde os 13 anos de idade. Tudo começou com uma aposta com meu pai. Eu queria um mapa astral de aniversário, com uma astróloga famosa do Rio. Ele achou um absurdo e disse que não. Se eu queria tanto um mapa astral, deveria aprender a fazer um.
Fiquei revoltada, lembro de perguntar: Mas onde eu vou aprender isso? E para quê? O que eu vou ganhar com isso?
Entao meu pai sugeriu uma aposta. Se eu fizesse o mapa astral dele e em sua avaliação mapa estivesse certo, ele me daria 12 livros de astrologia, um por mês. Ai eu gostei da brincadeira e apos a escola, passei a pegar o metro e ir para Biblioteca Pública Nacional no centro do Rio.
Nao lembro quanto tempo levou para eu conseguir fazer o mapa dele. Só lembro que foi muito tempo mesmo. Nao havia isso de colocar os dados na internet. Era tudo calculado à mão. Era trigonometria pura e muitos, muitos cálculos. Pensei em desistir muitas vezes. Mas eu queria muito ganhar aquela aposta.
Chegou o momento da grande verdade, acabei o mapa (que foi todo datilografado!) e entreguei para ele aquele documento com mais de 15 paginas. Ao acabar de ler, meu pai emocionado me disse que aquilo era incrível. Como eu podia saber tanto sobre ele? Coisas que ele nunca me falou, interesses que ele mesmo havia esquecido estavam ali, naquelas paginas.
Meu pai, um executivo de multinacional, super cético, passou a ser um dos grandes defensores da astrologia.
A relação disso com sonhos e propósito? Seu mapa astral é um retrato da sua psique. E quando não conseguimos respostas na consciência, costumo recomendar buscar no inconsciente.
Segundo Jung 95% de quem somos reside nessa parte da nossa psique. É aquela parte escondida do iceberg.
Fabi, como eu vou saber o que esta la no meu inconsciente? Existem várias maneiras. Analise, por exemplo. Ou uma simples tiragem de tarot. Qualquer linguagem simbólica. Ate mesmo o registro dos seus sonhos. Nosso inconsciente fala por símbolos e quando fazemos um estudo do nosso mapa astral, através de histórias (mitos), fazemos associações com coisas que nem lembrávamos que estavam ali, dentro da gente.
No mapa astral de todos nos existem dois ponteiros, como em uma bússola mesmo. Se você quer saber mais sobre seu proposito, mova-se rumo ao norte do seu mapa. Ali existe um arquétipo, um modelo de comportamento a ser desenvolvido, trabalhado. E quando você estiver caminhando nessa direção o caminho vai se mostrar.
Se você agora esta curioso (a) sobre como descobrir que arquétipo é esse e que mitos ele esta associado, vou te dar uma ajudinha:
Acesse aqui uma aula gratuita minha que te ensina como calcular seu mapa astral gratuitamente. Não leva nem 5 minutos.
Depois que tiver com seu mapa em mãos, olhe o símbolo que esta próximo à letra MC. Este é o norte do seu mapa. MC em latim significa Medium Coeli ou como falamos em português, Meio do Ceu.
Confira na tabela abaixo que signo é esse.
Neste arquivo AQUI , veja que mitos eu recomendo para você entrar em contato com este arquétipo e busque essas historias no google ou em livros de mitologia.
Signos do Zodíaco
O caminho se faz andando
Estamos chegando ao final dessa edição e espero que você esteja menos ansioso sobre qual e o seu propósito. Confie que ele vai se revelando conforme você entrar em ação. E se a insegurança bater forte, se pergunte: o que acende o meu brilho no olhar?
Na internet você pode até disfarçar sua falta de propósito com filtros. Mas ao vivo, para quem estiver atento, os olhos são a janela da alma. Brilho no olho não dá para fingir.
A gente pode se enganar? Claro! Só de ler o que acabei de escrever lembro de várias roubadas que meu brilho no olhar já me meteu. Especialmente amorosas na época de solteira #quemnunca.
Mas como a minha tatuagem nas costas diz: Je ne regret rien (sem arrependimentos).
Eu prefiro me arrepender do que fiz do que não vivi. E para mim isso é seguir meu propósito de vida. E para você, o que é propósito? Vou adorar receber sua resposta e conhecer sua opinião sobre isso.
🏆 Top 5 da semana
Filme: Neste último domingo fui ao cinema ver Barbie. Apesar das críticas favoráveis, eu esperava bem pouco do filme. Estava redondamente enganada. Recomendo de olhos fechados.
Leitura: Acabei de ler o clássico Posicionamento, a batalha pela sua mente. Recomendação do meu amigo e mentor, HC em uma das edições da sua Newsletter, Alquimia da Mente. Aliás, a newsletter dele está sempre no meu top 5 de leitura da semana.
Documentário: De tirar o fôlego. Na Netflix. Emocionante. Angustiante. Me deixou bem reflexiva. Adoro documentários sobre pessoas que realizaram feitos extraordinários.
Música: Já conhece o Jango? Para estudar e escrever, a minha playlist favorita é essa aqui, Classical for Studying.
Receita: Estou longe de ser uma masterchef. Estou exercitando cozinhar como uma forma de relaxar. Essa semana minha receita favorita foi a famosa sobremesa inglesa apple crumble. Achei uma versão traduzida para o português aqui. Depois me conta se fizer e curtir?
Na próxima edição 03/100
Comecei a estudar o sutil ainda criança. Primeiro foi a mitologia grega, depois a civilização e mitos egípcios, para então na adolescência, começar a estudar astrologia. No começo da vida adulta, passei a esconder meu lado bruxa.
Hoje noto que cada vez mais pessoas se interessam pelo mundo sutil. Depois de muitos anos correndo atrás de coisas concretas, é comum começarmos a questionar se esse é mesmo o caminho.
E geralmente são nesses momentos de dúvidas que nos voltamos para espiritualidade, para o mundo sutil e muitos me procuram.
Na próxima edição vou partilhar minha jornada de “volta para casa” e como integração da bruxa que existe dentro de mim me fez criar um negócio que já faturou mais de meio milhão vendendo cursos de astrologia.
Se você está curtindo essa newsletter, me conta o que você está achando? Seu feedback é essencial para que eu não escreva palavras ao vento!
Até a próxima edição,
Fabi Ormerod
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