A aposta mais importante da minha vida

Meu primeiro sentimento foi de raiva. Por que não? Eu merecia ganhar um mapa astral de aniversário.

Achei uma injustiça meu pai recusar me dar o presente que eu queria.

E aquela aposta? Que coisa mais besta pensei. Agora eu vou ter que sair da escola, ir para biblioteca pública, lá no centro da cidade, estudar horas, aprender a fazer o tal mapa…para só depois, se ELE gostar, ganhar os doze livros?

Apesar da minha indignação, minha competitividade venceu e aceitei a aposta do meu pai. Iria fazer o mapa astral dele, que seria meu primeiro.

Ahhhh ele ia ver! Eu ia aprender a fazer aquilo e ele ia TER QUE me dar os doze livros. Ele ia lembrar para sempre que perdeu aquela aposta!

Você consegue imaginar o resultado?

Sim, ganhei. Mas meu ganho foi bem maior que os doze livros da aposta.

Hoje olho para trás e vejo como meu pai foi de uma esperteza imensa. Ele já percebia a minha natureza medrosa e falta de confiança.

Ele poderia me ter dado o mapa astral de presente.

Mas preferiu usar essa oportunidade para me ensinar sobre resiliência, paciência e motivação para concretizar meus desejos.

Eu tenho mil defeitos, mas mesmo resmungando, chorando até…eu não desisto. Não consigo sustentar a dor do “e se”.

Tanto que tenho tatuado nas costas a frase Je ne regrett rien (Eu não me arrependo de nada).

Não porque eu não tenha arrependimento. Mas porque prefiro mil vezes me arrepender do que não experimentar. E essa tatuagem me ajuda a lembrar disso sempre.

Meu primeiro mapa astral

Confesso que não lembro quantos meses levei para aprender a fazer o mapa dele. Lembro de várias sensações.

Primeiro a vergonha de chegar naquela biblioteca imensa e dizer que queria livros que ensinassem a fazer um mapa astral.

Depois a falta de paciência em fazer os cálculos.

A frustração quando depois de fazer mil contas de matemática (que nunca gostei), descobrir que havia calculado errado a posição daquele planeta e precisava recomeçar do zero.

Lembro também de chorar. De me achar uma bosta. Incapaz. Incompetente. Como eu ia dizer para o meu pai que eu tinha desistido? Não podia.

E cada vez que pensava em desistir, imaginava o prazer de ver ele lendo o seu mapa astral e ser surpreso.

Quando eu acabei o mapa astral dele, resolvi datilografar ele todinho. Uma pena que esse original se perdeu entre uma mudança e outra. Eu adoraria poder rever meu primeiro mapa. Só sobrou a pasta com os desenhos dos mapas. Essa é um verdadeiro tesouro.

Quando terminei de datilografar o mapa do meu pai, fiquei muito triste.

Achei que estava tudo errado.

Entreguei o mapa para meu pai, com vergonha e disse: você estava certo, astrologia é uma grande besteira. Mas está aqui. Eu fiz.

Meu pai ia viajar a trabalho e prometeu ler na viagem.

Quando voltou, me chamou para conversar e disse que estava muito triste porque teria que me dar um livro por mês, por doze meses, rsrsrs. Eu tinha ganhado a aposta.

Ele ficou muito curioso para saber com quem eu falei para saber o que escrevi. Varias questões ele nunca havia dividido com ninguém, nem com a minha mãe.

E eu achava que estava errado porque havia encontrado no mapa uma pessoa muito diferente daquele executivo sério que eu chamava de pai.

No mapa do meu pai existem indícios muito fortes de uma pessoal super conectada com a espiritualidade, mística e aventureira. Tudo que nunca vi no meu pai.

Foi então que ele me mostrou um tesouro na biblioteca de casa. Os livros da juventude dele. Fiquei maravilhada em conhecer aquele lado do meu pai. Ele então me contou sobre as experiências de viagem astral e várias outras coisas que NUNCA imaginei que ele gostasse.

Se nós não tivéssemos feito aquela aposta, mais de 30 anos atrás, eu nunca estaria aqui hoje. E se você me dissesse alguns anos atrás que eu iria viver de astrologia depois dos 40, eu iria rir muito de você.

A verdade é que eu mesma nunca acreditei que meu sonho era possível.

Mas quando sai do corporativo e travei porque tinha mil possibilidades, entendi que eu nunca ia saber, se não tentasse. Essa coragem durou pouco, ate o meu primeiro curso fracassar nas vendas.

O fracasso do meu primeiro curso de astrologia

Fevereiro de 2016. Um post “desabafo” no facebook. Mais de dois mil comentários.

Foi assim que tudo começou. Eu não sabia o que fazer depois que sai do corporativo e minha loja online começou a dar sinais de que não iria sobreviver muito tempo.

Entao decidi ir ao Clube da Alice, que era muito conhecido em Curitiba na época (2016) e abrir meu coração. Mas não falei de astrologia, falei de vendas e empreender.

A postagem foi um sucesso sem tamanho. E assim eu comecei a dar palestras e consultorias para mulheres empreendedoras.

Só tinha um problema. Eu não queria viver disso. Eu queria me afastar de tudo que tivesse relação com vendas, marketing e negócios.

Entao pensei: vou abrir uma turma de astrologia. Estudo faz décadas, vai ser incrível.

Fiz um post no mesmo grupo.

Dessa vez o post flopou (desculpa, nem guardei o print rs). Vendi 2 cursos.

Um para a minha melhor amiga e outro para uma pessoa que curtiu o post.

Montei o curso a base de choro e lamentações. Como dar aula para somente duas pessoas? Empatava o valor do aluguel da sala.

Ia ter que preparar aulas, apostila, um método. Que perda de tempo!

Hoje vejo como fui dura comigo mesma. Se hoje eu tenho um curso que já vendeu mais de meio milhão de reais e teve mais de 850 alunos, foi porque eu criei aquele primeiro curso para duas pessoas!

Hoje eu não acho que meu primeiro curso foi um fracasso. Pelo contrário! Após 2 meses e meio, as duas alunas estavam fazendo leituras de mapa com muita habilidade!

Mas eu desisti e decidi focar nas palestras e consultorias porque davam mais dinheiro. Quanto tempo eu poderia ter encurtado na minha jornada se tivesse visto os meus resultados com outra lente?

Quantas vezes você desistiu de algo porque achou que “deu errado”? Será que foi isso ou suas expectativas que estavam fora da realidade?

Não é sobre números

Quais são os seus critérios para tomar decisões?

Durante muito tempo os meus eram números. Likes. Comentários. Seguidores. Dígitos gerados de vendas.

Claro que números importam. Um negócio não vive de amor.

Mas se a sua motivação for somente o número, a chance de você desistir aumenta muito.

Perdi a conta de quantas vezes já pensei em parar de postar no instagram ou de fechar meu negócio. Dá muito trabalho!

Pois é. Dá trabalho sim. Nao é uma brincadeira ou um hobby. O nome é trabalho, rsrs.

Pode ser leve? Pode. Mas ainda vai exigir esforços e ter desafios.

Sabe o que me faz não desistir? Nao é o número que vejo no demonstrativo de resultados. Sao as mensagens sobre o impacto do meu trabalho na vida das pessoas. Ego? Sim, um pouco. Não vivemos de forma saudável sem ele.

Mais que ego, legado. Significado. Sentir que o que estou fazendo faz diferença.

Quando eu vejo alguém dizendo que não esta pronta ou que precisa de mais um curso, mais um livro, eu sempre incentivo a pessoa a começar.

Porque como uma vez me disse a Paula Abreu, la em 2017, não levar a nossa medicina (talentos) para o mundo é um egoísmo do caramba!

A gente nunca sabe quem está precisando daquela nossa palavra, daquele nosso vídeo ou do nosso talento.

A melhor coisa que já me aconteceu no digital não foi quando eu fiz o sonhado 6 em 7. O dia mais feliz da minha carreira no digital foi quando abri a primeira turma do meu curso de astrologia.

Eu nunca vou esquecer. Se eu fechar os olhos consigo sentir a emoção de ver as pessoas digitando no chat: comprei. Tô dentro. Eu não acreditava que quatro anos depois daquela primeira turma para duas alunas, eu agora tinha um curso online com tanta gente. Mais de 50 pessoas disseram sim, para mim naquela primeira turma. Meus alunos fundadores. Honro muito cada um de vocês.

Joga o chicote longe!

Esta newsletter não é sobre a aposta com o meu pai ou sobre como criei meu primeiro curso de astrologia.

Essa edição fala sobre nossos sonhos e a régua que usamos para nos avaliar. Ou melhor, o chicote! Eu quero te incentivar a jogar esse chicote bem longe.

Eu não sei que sonhos você desistiu porque achou que seus resultados não eram suficientes.

Mas eu posso te dizer com absoluta certeza de que você dificilmente vai acertar de primeira.

Mais ainda, te digo que você não aprende quase nada com seus acertos, mas aprende MUITO com seus erros.

No livro A Coragem de ser Imperfeito, Brene Brown nos lembra que:

“Quando errar não é uma opção, não existe aprendizado, criatividade ou inovação”

Isso vale para tudo na nossa vida, não só para nossa carreira ou sonhos e projetos.

Vale inclusive para a culpa que estou sentindo agora por estar escrevendo essa newsletter e ainda não ter malhado hoje. Isso significa que invés de treinar uma hora, poderei fazer uma corridinha ou treino de meia hora.

Mas como a própria Brene disse no livro acima, a caminhada de vinte minutos que eu faço é muito melhor do que a corrida de 4 km que eu não faço.

Eu estou jogando o meu chicote longe agora e vou celebrar o treino de meia hora de hoje. Você concorda que esta mais do que na hora de jogar seu chicote bem longe e começar a dar valor a cada passo da sua caminhada?

Favoritos da semana 🏆

Essa semana esta fraca de indicações (não me mate). Eu estava muito focada em terminar a minha proposta de tese para o doutorado (o prazo está perto) e colocando várias tarefas em dia.

Com isso não estou lendo nenhum livro novo e mantive a leitura do Mito do Normal do Dr Gabor Matte (que já indiquei aqui antes).

Também não vi nenhum filme novo que valha a pena recomendar. Eu vi um filme que NÃO recomendo, então evite! Foi o Jogo Justo. O trailer é mil vezes melhor que o filme. #acontece

Você tem algum filme bom para me recomendar? Espero na proxima edição ter recomendações boas e fresquinhas para você aproveitar no seu final de semana.

Lembrete!

Dia 14 de Outubro acontece um eclipse solar no signo de Libra. Será uma oportunidade ótima para gente trabalhar o nosso feminino e quero te convidar para uma aula ritualística gratuita. Para participar, basta se inscrever aqui.

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Laboratorio do Ser da minha amiga Dea Felicio. Minha alma gemea e melhor amiga de infancia que o digital me deu de presente rs.

Sobre a Newsletter Bruxa Cientista

Escrita por Fabi Ormerod compartilhando experiencias e perspectivas sobre mentalidade, mundo sutil e mundo concreto.

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Bruxa Cientista - Edição #008

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